quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Congadas

A Congada é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana celebrada em algumas regiões do Brasil. Trata basicamente de três temas em seu enredo:a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas e a presentação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras.

Foi em meio à escravidão que surgiram as Irmandades negras das Minas Gerais, grupos religiosos que se apropriaram de elementos culturais da sociedade escravista e os somaram aos valores herdados de suas terras de origem no continente africano, compondo um mundo próprio que pulsava nas frestas do Brasil escravocrata. 
Igreja Nossa Senhora do Rosário –
abaixo o seu interior.




No Brasil Colônia e Império, essas instituições tiveram um papel fundamental na sociabilidade dos africanos e de seus descendentes, representando na maioria das vezes o único meio de inserção dos negros numa sociedade brutalmente desigual e preconceituosa. No período da mineração (séculos XVII e XVIII), multiplicaram-se em Minas Gerais as Irmandades negras, reunindo escravos e alforriados devotos de Nossa Senhora do Rosário, Santa Ifigênia e São Benedito. Dentro delas, os irmãos cotizavam-se para cuidar sobretudo dos enterros, dos doentes e da compra de alforrias. Reuniam, em geral, africanos de uma mesma etnia, em sua grande maioria pertencentes ao ramo banto: congos, moçambiques, cabindas etc.


A congada é um evento que faz parte do folclore brasileiro. Trata-se, além das irmandades religiosas, de um desfile ou procissão que reúne elementos das tradições tribais de Angola e do Congo, com influências ibéricas no que se refere à religiosidade. Esse fenômeno cultural é conhecido como sincretismo religioso: entidades dos cultos africanos eram identificados aos santos do catolicismo, uma espécie de "negociação cultural" entre os colonizadores portugueses e os negros escravizados. Assim, a Igreja, as autoridades e os senhores de engenho em geral aceitavam ou prestigiavam a solenidade.


Animada por danças, cantos e música, a procissão acabava numa igreja (em geral, as de irmandades de negros, como Nossa Senhora do Rosário) onde, com a presença de uma corte e seus vassalos, acontecia a cerimônia de coroação do Rei Congo e da Rainha Ginga de Angola - uma personagem da história africana, a Rainha Njinga Nbandi, do século 17. Esses autos, contudo, não existiram no território africano.

Altar da casa de uma benzedeira da cidade
de Tiradentes. Essa benzedeira foi
eleita a Rainha do Congo no ano de 2012. 

Instrumentos

Todos os instrumentos utilizados na Congada são originados do artesanato folclórico – a Marimba e os dois atabaques ou tambaques, como dizem os caiçaras.

Atabaques: também chamados de tambaques, são feitos de tronco, numa só peça, e são usados uma na função de surdo e o outro na função de repique. Na formação da Congada, esses instrumentos são colocados tradicionalmente atrás do Rei de Congo. 


As roupas ou vestimentas dos Congadeiros também fazem parte do repertório da dramaturgia, ou seja, o colorido reforça a beleza da dança. As espadas também ganham destaque, simbolizando o poder. 

Vestimenta azul: utilizada pelos Fidalgos do Rei de Congo (lado de Cima), representando os cristãos. 

Vestimenta Vermelha e branca: utilizada pelos Congos do Embaixador (lado de Baixo), representando os mouros (não batizados).

Capas: na sua maioria coloridas (floridas), amarrada às costas dos Congadeiros, é utilizada como acessório do soldado do Congo. Geralmente ela é jogada para os lados, e associando-se aos pulos e coreografias com as espadas, resultando no popular “dançar trocado”.


Chapéu: juntamente com as vestimentas, ganham destaque por serem decorados com penas e miçangas dando um toque a mais no espetáculo.


Espadas: é uma arma de combate, que após o perdão dado ao Embaixador, torna-se um instrumento de grande destaque nas coreografias. A espada desembainhada simboliza Poder. 


Lenço Branco: utilizado pelos congos do Embaixador no fim da apresentação. Representa a paz firmada entre os povos. Ele é balançado na despedida do grande baile, onde na ocasião é entoado um cântico.


Foto do sekere.
Sekere: cascas de cowrie são brilhantemente enroladas ao redor de uma grande e polida cabaça; o músico sacode violentamente o sekere (chocalho) e também usa os seus punhos para bater na cabaça que por meio disso cria um som percuciente que alegra e encanta os espectadores. O músico sekere às vezes exibe a sua destreza levantando o instrumento bem alto no ar e rapidamente pega-o para criar um clima festivo.


Omele é um tipo de batá (tambor tradicional yoruba) duplo. O omele é tão importante que sempre foi visto como acompanhamento, em todos os estilos e gêneros da música yoruba, assim como está presente na Congada.

Dundun: existem três tipos: kenkeni (o menor), sangban (o médio) e doundounba (o maior). O kenkeni tem o diapasão mais alto e em geral mantém o ritmo em conjunto com um modelo simples.
Foto do Dundun e seus três tipos.

Reco-reco (também raspador, caracaxá ou querequex) é um termo genérico que indica os idiofones cujo som é produzido por raspagem. 

É importante ressaltar que há pequenas mudanças nos instrumentos utilizados pelos diversos grupos de Congada. Essa divergência se dá pelas influencias que eles receberam da região onde se encontrarão. Alguns grupos complementam: o grupo de Congada do Bairro São Francisco utiliza o coração: uma peça curiosa da indumentária dos Congos é o coração, e provavelmente a Congada do Bairro São Francisco é a única do Estado de São Paulo que utiliza este tipo de adereço. Ele tem por tradição ser ornamentado cada um no seu estilo, ou seja, cada congo teu seu coração de sua maneira, ora com miçangas, broches, escapulários, fitas e outros adornos, tornando-se um espetáculo à parte na vestimenta do congadeiro. 


Padroeiros

Além de instrumentos característicos, há padroeiros louvados por esta manifestação cultural-religiosa. As congadas atuais são originárias de coroações e ainda estão presentes em diversos estados de todo o Brasil. Realizadas de maneiras diversas e mescladas a outras festas, elas basicamente são compostas de desfiles teatrais, ao som de vários ritmos: embaixadas, desafios, repentes e maracatus. Têm como padroeiras Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Ifigênia.


Por isso, geralmente se apresentam nas festas desses santos ou ainda no mês de maio. Em Minas Gerais, realizam-se no mês de outubro, em homenagem a Nossa Senhora do Rosário. Seus participantes vestem-se de branco, com um saiote de fitas coloridas e o rosário de lágrimas a tiracolo, e dançam ao ritmo das caixas e dos chocalhos. Tanto em Minas como no Rio Grande do Sul, a Rainha Ginga desfila em procissão.


O cortejo executava coreografias, jogos de agilidade e de simulação guerreira, como a dança de espadas. Depois da coroação havia uma festa com baile, comidas e bebidas. As Irmandades de Nossa Senhora do Rosário ajudavam em todo o processo. Por vezes a imagem da santa era pintada de preto.

A seguir apresentaremos três partes da apresentação de um grupo de Congada, gravado por Lara Judith.







Fontes:
Congada: Festa folclórica une tradições africanas e ibéricas. Disponível em: < http://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/congada-festa-folclorica-une-tradicoes-africanas-e-ibericas.htm > Acesso em: 23 out. 2013
Congada - Sírio Arqueológico São Francisco. Disponível em: < http://www.sitiosaofrancisco.org.br/modules/parceiros/item.php?itemid=1&page=5 > Acesso em: 24 out. 2013
O que é congada. Disponível: < http://congadapqsbc.no.comunidades.net/index.php?pagina=1474133591 > Acesso em: 24 out. 2013


Desvendando a Inconfidência Mineira

Inicialmente...
A Inconfidência Mineira foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio de Portugal. Foi um importante momento histórico para o Brasil, significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil.
Nesta época a extração de ouro era grande, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (que não pagaram o imposto) sofriam duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
Com a exploração intensiva do ouro, ele começou a diminuir nas minas, mas mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta lei funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pelas ideias de liberdade que vinham do iluminismo europeu se uniram para conquistar a independência do Brasil.
Leitura da sentença dos inconfidentes, por Leopoldino Faria.
O grupo era liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano no Brasil. A bandeira que os inconfidentes queriam colocar para o Brasil seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim : Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).
Bandeira de Minas Gerais. 

Qual o papel de Tiradentes?
Joaquim José da Silva Xavier nasceu na Fazenda do Pombal, entre São José (hoje Tiradentes) e São João Del Rei em Minas Gerais, no ano de 1746,  e tornou-se o mártir da Inconfidência Mineira. O apelido de Tiradentes veio da profissão de dentista que exercera com muita responsabilidade, mas o ofício que mais lhe promoveu foi o de soldado, integrante do movimento da Inconfidência Mineira - que o levou à morte em praça pública, por enforcamento e esquartejamento. 
Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira.

A Inconfidência Mineira foi um abalo causado pela busca da libertação do Brasil diante da monarquia portuguesa, ocorrendo por longos anos, no final do século XVIII. Tiradentes se tornou um herói por se entregar ao governo e assumir toda a responsabilidade pelo movimento. Há uma pintura de Tiradentes feita por Joaquim Norberto de Souza e Silva que se chama História da Conjuração Mineira (1873). Essa pintura ressaltava o fervor religioso de Tiradentes nos últimos minutos de sua vida.

As esculturas e pinturas de Aleijadinho e Mestre Ataíde estão muito presentes no Estado de Minas Gerais, e há várias dessas obras que representam indiretamente uma crítica à metrópole, o sofrimento dos escravos, o autoritarismo dos senhores e entre outros. A maioria das igrejas de Tiradentes foi construída por escravos negros que levavam de pouco em pouco ouro e sem nenhum transporte. As igrejas demoravam a serem construídas e algumas (poucas) eram construídas para os escravos negros onde só eles podiam entrar.

Após sacrifícios...

Com a superação da velha estrutura oligárquica, foi adotada a forma republicana, com oportunidade para todos. Houve a abertura dos portos, a criação de universidades, implantação de indústrias do ferro e o fomento das atividades econômicas. 
Com a proclamação da Independência, Ouro Preto é elevada à categoria de Imperial Cidade em 1823. Criaram-se os institutos científicos e de educação, entre outros. 
A partir da segunda metade do século XVIII, Vila Rica, em particular, tornara-se um centro civilizado. 
A ostentação e a inclinação para os ritos sociais iam além das festas religiosas e oficiais. A elite colonial não dispensava o apuro no vestir, os requintes no mobiliário e no serviço de mesa.
Homens livres,forros, escravos e vadios também deixariam suas marcas na composição e no modo de vida dessa sociedade, inscritas em práticas cotidianas de trabalho e lazer.

Curiosidades

  • Na primeira noite em que a cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido até aos nossos dias.
  • Tratando-se de uma condenação por inconfidência (traição à Coroa), os sinos das igrejas não poderiam tocar quando da execução. Afirma a lenda que, mesmo assim, no momento do enforcamento, o sino da igreja local soou cinco badaladas.
  • A casa de Tiradentes foi arrasada, o seu local foi salgado para que mais nada ali nascesse, e as autoridades declararam infames todos os seus descendentes.
  • Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.
Fontes:
Guias locais do Museu da Inconfidência;
Movimentos nativistas e de libertação – Inconfidência Mineira – 1789 – Vila Rica. Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/ > Acesso em: 13 de nov. 2013

Palavras-chave: Inconfidência Mineira, Minas Gerais, derrama, depressão, desenvolvimento industrial, imposto, Tiradentes, Conjuração Mineira, enforcamento, exílio, Vila Rica, insatisfação. 


Um olhar em perspectiva

A palavra perspectiva significa “ver através de”, um dos significados de perspicere, em uma tradução literal da palavra grega optiké.

A Perspectiva é uma técnica utilizada para se representar objetos, construções, figuras e natureza da maneira como são vistos pelo olho humano, em suas formas tridimensionais.
Foi criada pelos arquitetos da Idade Média que buscavam uma fórmula de representar os seus projetos de maneira mais realista possível.

Podemos ver o uso da perspectiva em várias obras renascentistas, já que esta era muito utilizada pelos artistas para a representação da realidade de maneira mais fiel. Aliás, foi na época do Renascimento que esta técnica foi profundamente estudada e sistematizada na Matemática, fazendo parte da Geometria Descritiva.

A técnica consiste em situar uma linha imaginária (linha do Horizonte) à altura dos olhos do observador, definindo, assim, a sua posição em relação ao objeto ou cena observada; tudo que está abaixo da linha do horizonte é visto de cima para baixo; aquilo que está acima da linha é visto de baixo para cima e quando o objeto está localizado sobre a linha do horizonte, ou seja, no mesmo nível dos olhos do observador, não é possível enxergar nem a parte de cima nem a parte de baixo.


O mais importante, antes de desenhar, é observar uma paisagem ou um objeto e perceber para onde correm as linhas e curvas ali apresentadas. O ponto onde estas linhas se encontram é conhecido como ponto de fuga. Uma perspectiva pode ser desenhada com um, dois ou mais pontos de fuga. 

Exemplos:
Foto original em Congonhas por Lucas Campos. 
Perspectiva por Lucas Campos, com pontos de fuga traçados.
Foto original tirada por Vinicius Antoniol.
Perspectiva feita por Vinicius Antoniol, sem os pontos de fuga traçados.


Fonte:
Texto elaborado pela Profª Ana Andolfato;
Pesquisa de campo em cidades históricas.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

7 de outubro de 2013

7 de outubro de 2013, segunda à tarde.

Nós estávamos na estrada, indo para Ouro Preto.  Objetivos dessa viagem? Com certeza eram muitos. Mas entre os principais objetivos posso destacar as visitas a várias Igrejas feitas no estilo da arte do Barroco e visita a uma mina de ouro, que atualmente está inativa.

A cidade histórica de Ouro Preto (assim como Tiradentes, Mariana, Congonhas e São João Del Rei) contém inúmeras histórias a respeito do período colonial do Brasil, em que a exploração do ouro que era exportado para Portugal e que depois seguiria para a Inglaterra, auxiliando o posterior desenvolvimento da Revolução Industrial.

Mas o desenvolvimento não era apenas das metrópoles europeias: a chamada Vila Rica cresceria absurdamente em apenas poucos anos, construções brotariam como cogumelos brotam na terra. 
As igrejas eram gigantes, o que sugeria suntuosas quantidades de ouro empregadas. Tudo isso para sustentar a ambição e o orgulho de muitas pessoas, ao passo que negros eram utilizados como ferramentas: eram tirados de suas terras, comprados como outra mercadoria qualquer, castigados quando não atendiam à demanda de seus senhores e, em último caso, mortos. Esculturas estavam presentes em todas as paredes e altares das igrejas, cada uma mostrando algo, ou representando alguém ou um grupo de pessoas.

O Barroco tinha essa característica: horror ao vazio. Tudo era preenchido, cada espaço minucioso. Mas a exploração do ouro chegaria ao seu ápice, depois começaria a declinar... Os principais castigados eram os negros, nas minas, pois seus senhores não entendiam o que estava ocorrendo, atribuindo a futura escassez do ouro à preguiça de suas ferramentas humanas...

Nas minas, era forte a presença maciça dos ingleses, assim, pela troca de fonemas, a expressão “why sir?” vira o famoso “uai so” mineiro. Todas essas informações eu obtive durante a viagem com os meus colegas de classe.

Por fim, posso dizer que essa breve viagem me tocou em relação ao passado da nossa nação, tão injusto e o ato dos inconfidentes que refletiu na liberdade conquistada de forma tão dura... 


Palavras-chave: Barroco, Portugal, desenvolvimento, Revolução Industrial, ouro, senhores, igrejas, uai so, injusto

Ouro Preto


Ouro Preto history has bestowed upon the city hundreds of tourist attractions such as museums, water fountains, parks and the most beautiful churches in Minas. Matriz de N. Senhora do Pilar church, an extremely rich representation of the Baroque style, contains about 400 kg of gold and 400 kg of silver. Annexed to it, in the sacristy, we find the Pilar Museum of Sacred Art, which displays silverware, furniture, liturgical vestments and religious images from the 18th century. There are other beautiful 18th century churches spread out throughout the hilly town. Among them we find: Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora do Rosário and São Francisco de Assis, all of them adorned in gold and built in the rich Baroque style.

Inconfidência Museum, which was built in 1785, is a great portrait of the history of a local uprising and displays pieces of the scaffold where the hero named Tiradentes was hanged, and furniture and other historic articles from that age. Aleijadinho Museum, which bears the name of one of the most famous baroque artists, display a vast collection of sacred art that takes visitors back to the time the beautiful churches were built.

The water fountains that can be found all over town have become a landmark after the various springs in Ouro Preto turned them into true works of art. Rio das Velhas, one of the most important rivers in Minas Gerais, also originates by the town.

Finally, going to Ouro Preto was a great trip because there we learned about several histories about the city and about the gold that was found there. Those who visit the town carry away a very real impression of having been transported back to the times of colonial Brazil, to its unique architecture and fascinating stories.


Key Words: churches, Ouro Preto, Baroque style, 18th century, Tiradentes, Inconfidencia Museum, Aleijadinho Museum, colonial Brazil. 

Minas Gerais & Recursos minerais

Contextualizando... 

Noventa por cento de ferro nas calçadas, como diria Drummond... 

O Quadrilátero Ferrífero estende-se entre as cidades de Belo Horizonte (NO), Itabira (NE), Ouro Preto (SE) e Congonhas(SO). A área foi descoberta pelos Bandeirantes no final do século XVII quando buscavam pela esmeralda, entretanto, encontraram o ouro. 

Os primeiros achados do metal nobre ocorreram em torno de 1693 e levaram a uma verdadeira febre aurífera. Houve naquele tempo uma migração enorme em direção à região, que trouxe todos os seus aspectos positivos e negativos. A procura dos aventureiros pelo metal nobre foi tão grande que a superpopulação da área causou em 1701 uma enorme emergência de fome, que suprimiu grande parte da população. 

Muitos morreram com os bolsos cheiros de ouro, mas não havia nada comestível que pudesse ser adquirido com seus tesouros. Uma vez que as ocorrências mais produtivas nos aluviões e sedimentos do rio do Carmo foram exploradas rapidamente, a febre aurífera chegou ao fim após aproximadamente quarenta anos. 

Somente muito mais tarde surgiu na região a exploração subterrânea organizada do ouro. Com o reconhecimento geológico e a exploração das enormes ocorrências do minério de ferro na área do Quadrilátero Ferrífero, após a segunda guerra mundial, Minas Gerais viveu um renascimento econômico.

O trabalho: 

 

Fontes: 
Anotações pessoais; 
Texto de abertura autoria da Profª Maria Terezinha Lopes; 
Fontes do Power Point inclusas neste.

domingo, 17 de novembro de 2013

Aleijadinho e a história...

Um pouco de história...



Em 1796, Aleijadinho foi contratado para esculpir “os Passos da Via Sacra”. São 66 esculturas em madeira cedro. Inicia-se a visita pelo passo da ceia e em seguida o passo do Monte das Oliveiras, onde se encontra o Anjo da Anunciação que é uma obra prima de Aleijadinho, tenso réplicas na Catedral de Brasília.


A terceira cena é a “Prisão de Cristo”, onde na parede se encontra um afresco em restauração que foi pintada por Mestre Ataíde. Detalhe interessante são as vestimentas dos soldados que criticam a Coroa Portuguesa, pois estão calçados até com as botas ao invés de sandálias.

Na quarta capela, já se encontram duas cenas: a flagelação com o cristo amarrado a um pelourinho, criticando a escravidão da época, e a cena da coroação de espinhos, com o Cristo recebendo uma cana verde.


A sexta cena é a subida ao calvário. O Cristo tem uma marca de sangue no pescoço, através de teses dizem ser uma crítica ao enforcamento de Tiradentes. Aos pés de Cristo há um bobo da corte com vestimentas do século XVIII.

A última cena é a Crucificação de Cristo, tendo ao lado da cruz Maria Madalena e ao fundo um centurião que através de algumas teses relata ser o Mestre da Loja Maçônica.


Duas obras chamam atenção dos turistas em Congonhas:

O Cristo, uma das obras primas de Aleijadinho, ganhou olhos de porcelana importados da Bavária, região sul da Alemanha.

A ilusão de ótica que, quando se serram os olhos, forma-se o rosto de Cristo no frontispício da porta da Basílica.


Como identificar uma obra de Aleijadinho?


Segundo Marcio a obra de Aleijadinho evoluiu de maneira progressiva em três momentos: fase de Congonhas (1891-1812), quando seu nível técnico está pronto e acabado, maturidade inicial (1761-1770) e mocidade (1755-1760). Claro que o processo de identificação e autenticação de uma obra de arte vai além da mera observação visual. Mas existe uma lista de características particulares da obra chamadas “estilemas”, que segundo Marcio Jardim oferecem uma forma coerente de avaliação das obras. As principais características das obras de Aleijadinho são:

1.     panejamento (vestimenta das figuras) em ângulos sinuosos,
2.     golas das roupas em V,
3.     punhos dobrados,
4.     cabelos partidos na testa em forma de vírgulas invertidas,
5.     nariz estreito, longo e saliente, com narinas bem delineadas e profundas,
6.     olhos amendoados,
7.     sobrancelhas finas, arqueadas, como um traço contínuo com o nariz,
8.     lábios carnudos, bem delineados, entreabertos,
9.     barbas encaracoladas e bipartidas,
10.   cabelos cacheados, sinuosos, terminados em volutas.


Profetas de Aleijadinho

Entre os anos de 1800 e 1805, Aleijadinho esculpiu os doze profetas em pedra sabão. Os profetas trazem pergaminhos com suas profecias.

Profeta Isaías - “Depois que os Serafins celebraram o Senhor, um deles trouxe aos meus lábios uma brasa como uma tenaz.”

Para onde olha o profeta Isaías.



Profeta Daniel (à esquerda) – “Encerrado por mandado do rei, nas covas dos leões, sou libertado, incólume pelo auxílio de Deus.”

Profeta Oséias (à direita) – “Tome a adúltera, disse-me o Senhor: eu o faço, tornando-se ela minha esposa, que concebe e dá luz.”

Daniel, com o leão aos seus pés, e Oséias caminhando a seu encontro, identifica-se o movimento do Barroco, parecem que estão caminhando um ao encontro do outro e Daniel abaixando sua cabeça cumprimentando Oséias. Um está no campo de visão do outro.




Profeta Abdias


Profeta Abdias“Eu vos arguo, idumeos e gentios e vos prevejo pranto e destruição.”

Bibliografia


NASCIMENTO, VALTER. Novo catálogo da obra de Aleijadinho. Disponível em: 
http://www.bomsera.com.br/eventos/215-novo-catalogo-da-obra-de-aleijadinho.html > Acesso em: 15 de nov. de 2013

As cidades históricas de Minas: Circuito do Ouro: Minas Gerais/Brasil. Livro publicado no local (cidades históricas - Congonhas)

Pesquisa de campo e anotações pessoais.